sexta-feira, outubro 31, 2008

"CMN muda regra da poupança rural"

"O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, ontem, a resolução 3.625, que eleva de 65% para 70% a exigibilidade de aplicação dos recursos da poupança rural em crédito agrícola. Para compensar a mudança, o governo reduziu de 20% para 15% o compulsório sobre os depósitos de poupança rural recolhidos ao Banco Central. Segundo o gerente executivo do BC, Deoclécio Souza, a medida vai injetar R$ 2,6 bilhões no financiamento da safra. No entanto, diz ele, o volume pode ser maior, de acordo com os depósitos na poupança rural, que atualmente somam R$ 53 bilhões. A alteração foi anunciada na semana passada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como forma de evitar o impacto da crise no campo.
As mudanças valem para o ano safra 2008/09, ou seja, de 1º de novembro a 30 de junho de 2009. Na mesma resolução, foi definido que no mínimo 60% dos recursos da exigibilidade sejam destinados a operações de crédito rural. Os outros 40% deverão ir para operações de financiamento de Cédulas do Produto Rural (CPRs), inclusive aquelas que estão em poder da agroindústria, cooperativas, fornecedores e tradings.Segundo Souza, a decisão abre possibilidade para negociação das CPRs dadas em garantia pelos agricultores nos financiamentos tomados junto ao setor privado. Ele explicou que a destinação de 40% de exigibilidade da poupança rural para CPR possibilitará a compra de títulos pelos bancos. 'Em função da crise de liquidez, a aquisiçãodos títulos que estão em poder das tradings permitirá que elas voltem ao mercado e façam novas operações', disse ele. Souza explica que os valores dos deságios dos títulos dependerão das negociações entre as partes.
O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, afirmou que a medida 'mostra a vontade do governo de atender à realidade da falta de financiamento'. Mas ressaltou que persiste a dificuldade de acesso ao crédito. A opinião é compartilhada pelo vice-presidente da Fetag, Sérgio de Miranda. 'Toda vez que se amplia o recurso para o setor é importante. Mas não adianta anunciar se o dinheiro não chegar ao produtor', frisou."
Fonte: Jornal Correio do Povo, a. 114, n. 31, 31/10/2008.

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