sábado, fevereiro 25, 2006

Remédio produzido em animal transgênico tem veto na UE

Método de baixo custo usa cabras e vacas para fazer proteína com potencial terapêutico. Representantes da Agência Européia de Medicamentos, que regula o setor, recusaram-se a aprovar nesta semana o que teria sido o primeiro medicamento produzido no leite de animais transgênicos. A medida pegou de surpresa uma indústria nova, que pretende converter vacas, cabras e coelhos em fábricas de produtos farmacêuticos de baixo custo.
As empresas que estão a desenvolver animais capazes de produzir remédios precisam de aprovação tanto nos Estados Unidos quanto na Europa para persuadir companhias farmacêuticas a tentar o novo método de produção. Segundo a responsável pelo desenvolvimento do produto barrado pela agência, a GTC Biotherapeutics, haverá apelação da decisão. Ademais, segundo o presidente executivo da GTG, Geoffrey F. Cox., há algo de conservador em relação à nova tecnologia, o que não é apropriado. A GTC e algumas outras empresas introduzem genes humanos em animais para que estes produzam uma proteína humana em seu leite. Os animais são então ordenhados e a proteína é purificada para ser usada como remédio. De acordo com companhias esse método é uma maneira mais barata e fácil de produzir medicamentos via biotecnologia. Muitos desses, como os anticorpos monoclonais para o combate ao câncer, são produzidos em cubas que contém culturas de células animais obtidas por engenharia genética. Outras drogas baseadas em proteínas, como a da GTC, são extraídas de sangue doado, mas são encontradas em quantidades tão pequenas que estão com freqüência em falta. Para a GTC, seriam necessárias 90 mil doações de sangue para obter o mesmo tanto de uma proteína que uma de suas cabras pode produzir em um ano. A empresa testou uma proteína anticoagulante chamada antitrombina em pacientes com uma rara deficiência herdada da proteína e sob risco de formarem coágulos sanguíneos fatais. A companhia testou o produto em 14 pessoas que estavam sendo submetidas à cirurgia ou dando à luz. Entretanto, a Agência Européia de Medicamentos argumenta que foram feitos poucos testes. E que a droga experimentada não foi produzida exatamente da mesma maneira que a droga que seria vendida. Uma etapa de filtragem foi acrescentada depois que o teste começou.
Detalhes, aqui.

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