Portugal vai ultrapassar em 9 a 12% as metas de emissões de gases previstas no Protocolo de Quioto, assumiu o secretário de Estado do Ambiente, durante a avaliação do Plano Nacional de Alterações Climáticas.
No âmbito do Protocolo de Quioto, Portugal só poderia aumentar as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 27% face ao ano de referência de 1990, no período de cumprimento entre 2008 e 2012. Mas, mesmo que sejam implementadas e cumpridas todas as medidas previstas no Plano Nacional de Alterações Climáticas (PNAC), este valor vai ser ultrapassado, atingindo-se em 2010 mais 39% de emissões (tomando como cenário de referência as medidas em vigor) ou 36% (adoptando medidas adicionais).
Estima-se que Portugal produza entre 7,3 a 5,5 megatoneladas de dióxido de carbono a mais do que o previsto, consoante se considere o cenário de referência ou as medidas adicionais. Entre os factores de risco que poderão agravar a derrapagem estão a nova refinaria petrolífera em Sines, as áreas ardidas e a taxa de penetração dos biocombustíveis. Tudo somado, Portugal produziria ainda mais 4,8 megatoneladas de dióxido de carbono.
A preços actuais, o custo por tonelada de carbono ronda os 20 euros, enquanto através dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo desce para 12 euros. O Governo criou recentemente um Fundo de Carbono, dotado de 6 milhões de euros, para preparar investimentos em países dos PALOP e do Norte de África. O secretário de Estado avançou também a ideia de envolver os municípios no processo de redução de emissões.
Mas, mesmo que sejam implementadas e cumpridas todas as medidas previstas no Plano Nacional de Alterações Climáticas (PNAC), este valor vai ser ultrapassado, atingindo-se em 2010 mais 39% de emissões (tomando como cenário de referência as medidas em vigor) ou 36% (adoptando medidas adicionais).
Em termos sectoriais, os transportes e os edifícios de comércio e serviços foram os que evoluíram mais negativamente em termos de emissões de gases, passando de 26 para 33% e 2 para 7%, respectivamente, entre 1990 e 2010 (considerando o cenário de referência).
Em resposta a esta evolução a revisão do PNAC acrescentou algumas medidas adicionais para reduzir as emissões de dióxido de carbono como o desenvolvimento das acessibilidades inter-regionais ferroviárias ao Porto de Aveiro, a electrificação da linha da Beira Baixa e a integração do sistema marítimo-portuário nas auto-estradas do Mar, para diminuir o volume de carga transportado por meios rodoviários.
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