Como revela um artigo de Nuno Miguel Ropio, publicado no Jornal de Noticias de hoje, "A empresa agrícola estatal Companhia das Lezírias (CL) pretende rentabilizar o seu potencial florestal com a venda de quotas resultantes do sequestro de carbono, que venha a ser implementado nos próximos meses. Os cerca de 8500 hectares de floresta, dos quais 6500 compostos por sobreiro, e os prados existentes podem se tornar uma nova fonte de receitas. Segundo o actual presidente da administração da companhia, Vítor Barros, 'a área florestal e de prado podem reverter a acumulação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e com isso criar-se lucro'.
Com o objectivo de transformar os 20 mil hectares numa 'herdade modelo', a par da requalificação da vinha, certificação do arroz produzido, criação de carne bovina biológica e azeite, a nova aposta passa por aproveitar o conceito ambiental consagrado na Conferência de Quioto, em 1997. 'Em vez de se comprarem quotas aos países subdesenvolvidos, se tivermos 200 mil hectares no nosso país a funcionarem com esse sequestro o problema de excesso de gás de estufa estava resolvido', adiantou, ao JN, Vítor Barros, o antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, no governo de António Guterres. 'Através dos nossos prados permanentes podemos sequestrar 5 a 8 toneladas por ano, e na agricultura directa 2 a 3 toneladas. Este potencial existe e não o podemos ignorar', acrescenta.
Para atingir tal patamar, Vítor Barros compromete-se - entre outras metas - a cumprir o plano de ordenamento florestal de montado, que o Tribunal de Contas acusou a empresa de não estar a cumprir. 'Estamos a adoptar as boas práticas florestais e a sensibilizar os diversos rendeiros' , admite o gestor da CL, que em 2005 registou um lucro de 210 mil euros. Até ao início do terceiro trimestre de 2006, em toda a área florestal apenas arderam duas árvores junto à EN 119. 'Tenho a floresta limpa e todos os anos fazemos asseiros com perímetros de 40 metros', sustenta. Diversos tanques e cisternas com água, um posto de vigia, seis guardas florestais (dois deles vigilantes 24 sobre 24 horas), e a 'resposta imediata' dos bombeiros de Samora Correia (Benavente) completam eficazmente o plano de resposta aos incêndios." (A hiperligação foi acrescentada)
Nenhum comentário:
Postar um comentário