segunda-feira, setembro 11, 2006

Em Portugal, "Companhia das Lezírias quer entrar no mercado do carbono"

Como revela um artigo de Nuno Miguel Ropio, publicado no Jornal de Noticias de hoje, "A empresa agrícola estatal Companhia das Lezírias (CL) pretende rentabilizar o seu potencial florestal com a venda de quotas resultantes do sequestro de carbono, que venha a ser implementado nos próximos meses. Os cerca de 8500 hectares de floresta, dos quais 6500 compostos por sobreiro, e os prados existentes podem se tornar uma nova fonte de receitas. Segundo o actual presidente da administração da companhia, Vítor Barros, 'a área florestal e de prado podem reverter a acumulação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e com isso criar-se lucro'.
Com o objectivo de transformar os 20 mil hectares numa 'herdade modelo', a par da requalificação da vinha, certificação do arroz produzido, criação de carne bovina biológica e azeite, a nova aposta passa por aproveitar o conceito ambiental consagrado na Conferência de Quioto, em 1997. 'Em vez de se comprarem quotas aos países subdesenvolvidos, se tivermos 200 mil hectares no nosso país a funcionarem com esse sequestro o problema de excesso de gás de estufa estava resolvido', adiantou, ao JN, Vítor Barros, o antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, no governo de António Guterres. 'Através dos nossos prados permanentes podemos sequestrar 5 a 8 toneladas por ano, e na agricultura directa 2 a 3 toneladas. Este potencial existe e não o podemos ignorar', acrescenta.
Para atingir tal patamar, Vítor Barros compromete-se - entre outras metas - a cumprir o plano de ordenamento florestal de montado, que o Tribunal de Contas acusou a empresa de não estar a cumprir. 'Estamos a adoptar as boas práticas florestais e a sensibilizar os diversos rendeiros' , admite o gestor da CL, que em 2005 registou um lucro de 210 mil euros. Até ao início do terceiro trimestre de 2006, em toda a área florestal apenas arderam duas árvores junto à EN 119. 'Tenho a floresta limpa e todos os anos fazemos asseiros com perímetros de 40 metros', sustenta. Diversos tanques e cisternas com água, um posto de vigia, seis guardas florestais (dois deles vigilantes 24 sobre 24 horas), e a 'resposta imediata' dos bombeiros de Samora Correia (Benavente) completam eficazmente o plano de resposta aos incêndios." (A hiperligação foi acrescentada)

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