terça-feira, setembro 12, 2006

Expedida primeira certificação do Protocolo de Quioto para uma empresa brasileira do setor de celulose

A Celulose Irani deverá receber R$ 2,6 milhões em cerca de 30 dias pela venda de créditos de carbono ao grupo Shell. A empresa informou que foram emitidos ontem pelo UNFCCC (United Nations Framework, Climate Change Convention), órgão vinculado às Nações Unidas, os certificados referentes a 179.397 mil toneladas de carbono que deixaram de ser lançadas na atmosfera. Trata-se da primeira empresa brasileira do setor de papel e celulose, e a segunda do mundo, a ter os créditos de carbono emitidos pelo Protocolo de Quioto, segundo informou o diretor-superintendente da Celulose Irani.
Os créditos foram obtidos com base no projeto de co-geração de energia implantado pela empresa na fábrica em Vargem Bonita, em Santa Catarina, no final de 2004. O projeto visa a geração de energia pelo consumo de biomassa e recebeu investimentos de R$ 22,5 milhões.
Óleo combustível Druck disse que a companhia passou pela auditoria que dimensionou a redução nas emissões. Com o projeto, foram desativadas sete caldeiras antigas reduzindo em 700 toneladas por mês o consumo do óleo combustível BPF.
Também foram obtidos 7,5 MWh de energia elétrica que deixaram de ser comprados das concessionárias. A empresa está usando os resíduos florestais da própria operação e de madeireiras da região como combustível.
Druck informou que os recursos serão usados para reforçar o capital de giro da empresa. O executivo disse que a companhia analisa outros projetos que podem trazer retorno com a venda de crédito de carbono, mas não adiantou quais.
Recuperação de químicos: em julho último a empresa colocou em operação uma nova linha de recuperação de químicos utilizados no processo de fabricação, o que permite elevar em 20% a produção de 60 mil toneladas anuais de celulose e investir em produtos de maior valor agregado. A empresa também deverá investir R$ 5 milhões na estrutura de tratamento de efluentes industriais para preparar a companhia para futuras ampliações de produção.
No ano, a empresa investirá R$ 36 milhões em projetos de modernização e infra-estrutura.

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