"A Polícia Militar mobilizou sua tropa de choque para prender 100 descendentes de escravos negros que catavam restos de eucalipto em áreas ocupadas pela Aracruz Celulose no Córrego do Farias, em Linhares [estado do Espírito Santo].
A cata de restos de eucalipto é uma das poucas atividades que os descendentes dos quilombolas têm para garantir a subsistência de suas famílias, pois seus territórios foram tomadas pela empresa.
Na operação de guerra realizada a pedido da Aracruz Celulose, a Polícia empregou um efetivo suficiente para caçar e imobilizar os negros, conduzidos em três ônibus ao meio-dia desta segunda-feira (17) [de julho de 2006].
Uns poucos negros conseguiram fugir ao cerco da Polícia Militar e acionaram sua associação, em Conceição da Barra [estado do Espírito Santo], pedindo socorro para seus colegas presos.
Segundo Antônio Jorge dos Santos, presidente da Associação dos Pequenos Agricultores e Lenhadores de Conceição da Barra, 459 quilombolas são filiados à entidade. Os presos são membros de sua associação.]
Ele relatou que os negros tiveram seus territórios tomados pela Aracruz Celulose, nos últimos 40 anos. Perderam suas terras, e conseqüentemente meios de subsistência, e sua identidade. Os poucos que conseguiram resistir à pressão da empresa passaram a catar restos de eucalipto para sobreviver."
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