"O Governo chinês anunciou hoje [ontem] uma série de medidas para modernizar o setor agrícola e criar uma rede de previdência que dê cobertura aos camponeses do empobrecido oeste do país nas áreas de saúde e educação, informou o jornal 'China Daily'.
O vice-primeiro-ministro, Hui Liangyu, fez o anúncio como passo seguinte à aprovação, em março, do legislativo o plano qüinqüenal 2006-2010 pelo legislativo. Um dos objetivos é garantir a educação gratuita para os filhos de 750 milhões de camponeses que vivem nas áreas rurais.
Hui, que reconheceu que ainda havia obstáculos no setor agrícola que afetam os camponeses, explicou que as medidas visam melhorar a produtividade da terra (apenas 13% do território da China é arável), a eficácia no uso dos recursos e a melhora da capacidade tecnológica do setor.
Com o objetivo de assegurar assistência médica aos camponeses, será criado um novo sistema de cooperativas, que ampliará sua rede de cobertura até 80% em 2007.
Atualmente, a rede - que tem contribuições do Governo central e das autoridades locais - cobre apenas 40% das áreas rurais, onde moram 200 milhões de camponeses.
Outra medida será a isenção das mensalidades escolares a 148 milhões de estudantes do ensino primário e fundamental nas áreas rurais a partir de 2007. A medida favoreceu 50 milhões em 2006.
O Governo chinês prevê implantar um sistema obrigatório de financiamento educativo nestas áreas. Apesar de ser obrigatória no país, a educação não é gratuita e chega a representar até 60% da renda familiar.
Além disso, será criado um sistema de previdência social financiado pelo Governo central, que dará pensões mínimas aos habitantes mais pobres do país.
Os padrões de pobreza da China, que levam em conta o preço dos alimentos e produtos básicos, fixam o número de pobres atuais em 23,6 milhões, que vivem com uma renda per capita inferior aos US$ 87,6 anuais.
Segundo o padrão internacional que situa o nível de pobreza em menos de US$ 1 dólar por dia, são 160 milhões os pobres na China, segundo dados de 2005 do Banco Mundial (BM).
O sistema de previdência social cobrirá tanto as áreas urbanas como as rurais, mas dará prioridade a estas últimas, já que atualmente só 9,85 milhões de pobres recebem algum tipo de ajuda nestas áreas.
Com esta medida, a China espera equilibrar as desigualdades criadas no país desde a troca da economia planejada pela de mercado, em 1978.
Através dela, as cidades litorâneas se desenvolveram tanto que chegam a ser parecidas com localidades ocidentais, ao passo que o ritmo de crescimento nas áreas rurais é bem mais lento.
Desde 1970, a China conseguiu tirar da pobreza milhões de cidadãos com uma média anual de 9% - o que representou 75% da redução da pobreza no mundo."
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