Tudo começou com um lote de espinafre. Em setembro de 2006, hortaliças contaminadas por uma variação da bactéria E.Coli --consagrada inimiga da saúde pública por representar risco de morte-- mandaram para o hospital vários norte-americanos. Os relatos incluem uma morte e mais de 50 casos de falência renal. Do rótulo do alimento, brotou a polêmica: o fabricante era conhecido por comercializar alimentos orgânicos.
O episódio deixou a FDA (agência federal norte-americana que fiscaliza alimentos e medicamentos) de orelha em pé e semeou desconfiança em relação à segurança do consumo de alimentos cultivados sem defensivos agrícolas. Estariam mais expostos a riscos de contaminação por microorganismos nocivos à saúde? Lá fora, a maior certificadora dos Estados Unidos se apressou em declarar que o espinafre contaminado não era orgânico. Ao não-uso de agrotóxico, esse modo de cultivo soma métodos de baixo impacto ambiental, isenção de componentes transgênicos e processamento sem aditivos que trazem riscos à saúde humana. Por aqui, produtores e certificadoras que integram um mercado em expansão fazem coro para que seus produtos não sejam atingidos pela má fama estrangeira de "sujinhos". "O risco de contaminação existe para todo mundo. Cabe ao produtor certificado combatê-lo. Já tivemos produtores que perderam o certificado porque ofereciam poucas condições de higiene", diz Alexandre Harkaly, presidente do IBD (Instituto Biodinâmico), que certifica produtos orgânicos.
Engenheira agrônoma da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo), Luciana Di Ciero enfatiza que "agricultura sem praga é impossível". Para ela, as hortas orgânicas têm mais chance de serem contaminadas do que as que recorrem ao defensivo agrícola. "O esterco precisa ser manipulado da forma correta, senão facilita a proliferação de bactérias patogênicas", diz. Harkaly rebate: "A agricultura convencional usa esterco também. Plantações orgânicas têm controle de pragas: há herbicidas e inseticidas naturais, rotação de cultivos em que o prévio afasta as pragas do seguinte e plantas que se ajudam. Cultivar orgânico não é largar na natureza sem cuidar". De qualquer modo, vale aprender que orgânico não é sinônimo de comida mais limpa. "Nem mais, nem menos", enfatiza Harkaly. Portanto, nada de relaxar na lavagem da alface só porque ela é certificada. Como qualquer alimento cultivado com agrotóxico, esses produtos requerem higienização.
Fonte: Folha de São Paulo.
O episódio deixou a FDA (agência federal norte-americana que fiscaliza alimentos e medicamentos) de orelha em pé e semeou desconfiança em relação à segurança do consumo de alimentos cultivados sem defensivos agrícolas. Estariam mais expostos a riscos de contaminação por microorganismos nocivos à saúde? Lá fora, a maior certificadora dos Estados Unidos se apressou em declarar que o espinafre contaminado não era orgânico. Ao não-uso de agrotóxico, esse modo de cultivo soma métodos de baixo impacto ambiental, isenção de componentes transgênicos e processamento sem aditivos que trazem riscos à saúde humana. Por aqui, produtores e certificadoras que integram um mercado em expansão fazem coro para que seus produtos não sejam atingidos pela má fama estrangeira de "sujinhos". "O risco de contaminação existe para todo mundo. Cabe ao produtor certificado combatê-lo. Já tivemos produtores que perderam o certificado porque ofereciam poucas condições de higiene", diz Alexandre Harkaly, presidente do IBD (Instituto Biodinâmico), que certifica produtos orgânicos.
Engenheira agrônoma da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo), Luciana Di Ciero enfatiza que "agricultura sem praga é impossível". Para ela, as hortas orgânicas têm mais chance de serem contaminadas do que as que recorrem ao defensivo agrícola. "O esterco precisa ser manipulado da forma correta, senão facilita a proliferação de bactérias patogênicas", diz. Harkaly rebate: "A agricultura convencional usa esterco também. Plantações orgânicas têm controle de pragas: há herbicidas e inseticidas naturais, rotação de cultivos em que o prévio afasta as pragas do seguinte e plantas que se ajudam. Cultivar orgânico não é largar na natureza sem cuidar". De qualquer modo, vale aprender que orgânico não é sinônimo de comida mais limpa. "Nem mais, nem menos", enfatiza Harkaly. Portanto, nada de relaxar na lavagem da alface só porque ela é certificada. Como qualquer alimento cultivado com agrotóxico, esses produtos requerem higienização.
Fonte: Folha de São Paulo.
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