domingo, junho 17, 2007

Prêmio Nobel afirma que etanol proveniente do milho polui mais

O prêmio Nobel de Química, o cientista mexicano Mario Molina, declarou que biocombustíveis como o etanol podem poluir mais se a sua produção for à base de milho, como fazem os Estados Unidos, que está impulsionando a sua fabricação em larga escala. Molina disse que é mais conveniente usar a cana-de-açúcar para produzir o etanol, a exemplo do Brasil, a fim de proteger o meio ambiente. "Se o etanol for produzido da maneira feita pelos Estados Unidos, a partir do milho, os benefícios ambientais serão irrisórios e, em alguns casos, até poderiam ser considerados negativos", advertiu Molina, que recebeu o prêmio Nobel por suas investigações sobre a camada de ozônio. Molina lançou essas advertências durante uma conferência que abriu o seminário "Mudança Climática e Meios de Comunicação", que aconteceu na capital mexicana, como parte do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
O especialista disse que o etanol reduz a emissão de dióxido de carbono, mas a sua produção gera um aumento no consumo de combustíveis fósseis, como o óxido nitroso, produzido por fertilizantes, e que é "300 vezes mais potente que o dióxido de carbono na intensificação do efeito estufa". "A produção do etanol pode ser positiva, caso tenha a cana-de-açúcar como matéria-prima, à maneira do Brasil", afirmou Molina.
O Congresso mexicano aprovou em 26 de abril a Lei do Desenvolvimento de Bioenergéticos, que permitirá utilizar o etanol como oxidante de combustíveis fósseis derivados do petróleo. Agora o debate está focado no tipo de produto que servirá de base para a produção do etanol. O México não é auto-suficiente na produção de milho, base da dieta nacional.
Fonte: DCI, seção Capa - 13/06/2007.

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